Livremente inspirado na obra de Bernard-Marie Koltès, espetáculo do Grupo Hybris une teatro e dança, em uma dramatização em que o gesto se sobrepõe ao texto. Com seis indicações ao Prêmio Açorianos, peça estará em cartaz nos dias 25, 26 e 27 de outubro
Após realizar apresentações no interior do Rio Grande do Sul, Na Solidão, do Grupo Hybris, estará em curta temporada na Sala Álvaro Moreyra, em Porto Alegre. Serão três dias para assistir ao espetáculo criado e desenvolvido no Departamento de Arte Dramática da UFGRS – 25, 26 e 27 de outubro. A peça cumpriu ao todo 29 apresentações no circuito universitário e profissional, participou do Festival de Teatro e Dança de Uberlândia/MG (2010), e foi indicada ao Prêmio Açorianos em seis categorias, entre elas de melhor espetáculo, coreografia e melhor bailarino e bailarina – levando o prêmio de melhor iluminação com o trabalho de Lucca Simas.
Em cena, os atores-bailarinos Luciana Hoppe e Giuli Lacorte, que também assina a direção e coreografia, utilizam-se de uma linguagem em que o gesto se sobrepõe à palavra, com o intuito de alcançar uma comunicação universal, subjetiva e poética. Baseado no texto de Bernard-Marie Koltès, “Na Solidão dos Campos de Algodão”, a obra transita em uma temática conflituosa e inquietante. A ação e o movimento partem de uma provável transação comercial entre seus dois personagens, um comprador e um vendedor, em um lugar não definido onde o desejo torna-se metáfora para falar sobre um mundo cuja comercialização é a base das relações humanas e a solidão, seu reconhecimento.
Conforme o Grupo Hybris, Na Solidão é atemporal e contemporâneo, suas questões revelam o homem sob um prisma cruel e verdadeiro. Transformando o texto, ora dito, ora em gestos poéticos e significativos, é possível compreender pensamentos, visualizar angustias e desenhar no espaço relações das mais diversas naturezas, possibilitando ao espectador a identificação com os personagens e com as situações cotidianas – ou não, apresentadas. Dois corpos falam e se movimentam precisos e intensos, convidando o público a contemplar e a refletir.
SINOPSE:
Na Solidão transita em uma temática conflituosa e inquietante. A ação, a palavra e o movimento partem de uma provável transação comercial entre seus dois personagens, um comprador e um vendedor, em um lugar não definido, onde o desejo torna-se metáfora para falar sobre um mundo cuja comercialização é a base das relações humanas, e a solidão o seu reconhecimento.
CENÁRIO
Espaço totalmente branco, neutro, que se torna livre à imaginação de quem vê. Assim como no texto de Koltès, o lugar da ação é um convite à análise das várias e igualmente válidas interpretações. Os objetos cênicos (um sofá, uma TV, uma escada e um banco) também sofrem essa transgressão dos valores estéticos quando usados fora de seu modo habitual.
FIGURINO
A fim de evidenciar e dar suporte ao jogo de cena dos atores-bailarinos, o figurino também é uma ferramenta importante de compreensão da obra. Um casaco, um pijama, e camisas dão acabamento às figuras e aos gestos. Em contraste com o branco da cenografia, vemos duas personas de negro e as diversas possibilidades que elas nos reservam.
TRILHA SONORA
Trilha sonora composta por músicas que vão de clássicos de Shostakovich a ruídos e músicas eletrônicas europeias. Utilizada como estímulo para as criações coreográficas é parte fundamental para a compreensão do espetáculo, fornecendo informações valiosas ao público.
ILUMINAÇÃO
A iluminação dá suporte à vida criada nas cenas pelos bailarinos-atores e pelo enredo da obra. Seguindo a estética limpa e significativa do espetáculo, a iluminação amplia sensações experienciadas pelo publico com diversos focos e sombras. A utilização da cor branca, principalmente, às vezes é quebrada por cores intensas contra o público, desconstruindo os bailarinos-atores como pessoa e transformando-lhes em sombras sem o semblante que os identifica.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Giuli Lacorte e Luciana Hoppe
Direção e Coreografia: Giuli Lacorte
Assistência de direção: Filippi Mazutti
Orientação artística: Dra. Suzane Webber
Figurino: Letícia Restano
Iluminação e operação de luz e som: Lucca Simas
Produção: Hybris Produções – Giuli Lacorte
Realização: Grupo Hybris – http://www.grupohybris.art.br/
NA SOLIDÃO
Quando: 25, 26 e 27 de outubro – Sexta e sábado, às 21h; e domingo, às 20h.
Onde: Sala Álvaro Moreyra (Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues. Av. Erico Verissimo, 307 – Porto Alegre)
Ingressos à venda no local, uma hora antes do espetáculo:
R$ 20 (inteira)
R$ 10 (estudantes, idosos, classe artística e titulares do Clube do Assinante Zero Hora)