O músico, produtor e educador Rodrigo Fontoura — conhecido como Fileh — apresenta seu novo trabalho autoral, Pra falar das nossas coisas, em um show de lançamento no Grezz, no dia 24 de abril. O disco chegou às plataformas digitais em março e reafirma o samba como parte da diversidade cultural do Rio Grande do Sul, propondo diálogos com outros gêneros e linguagens musicais.
Resultado de um processo construído a partir de vivências pessoais e coletivas, o álbum traz composições autorais e parcerias que abordam temas como fé, religiosidade afro-brasileira, racismo, amor e memória afetiva. “É um projeto pra falar das nossas coisas, bem como diz o nome do disco: das minhas e das dos meus”, resume Fileh.
Com produção musical assinada por Tuti Rodrigues — vencedor de Grammys Latinos e nome reconhecido no cenário musical sul-americano — o álbum conta com um time de músicos experientes e foi gravado nos estúdios TR Studios, Transcendental Audio e Boris Studios/RJ. Reúne nomes como Max Garcia (violões e banjo), Vorô Silva (cavaco), Cleomenes Jr. (flauta e sax soprano), Felipe Moura (metais), Gordo Batera (bateria), Boris Farias (baixo), Adriano Wigger (teclados e efeitos), entre outros.
Entre as canções, Bailarina, composta em parceria com Duda Lopes no auge da pandemia da Covid-19, expressa a saudade do convívio, do fazer musical coletivo e da esperança. Capitão do Mato trata das incertezas políticas do país logo após as eleições de 2018, funcionando como um manifesto sobre a condição do negro na sociedade. Já Nação de Ogum, assinada por Francisco Teixeira, Gianni Gil e Maninho Veiga — integrantes do Renascença, de Pelotas —, resgata a memória da cidade de origem da família paterna de Fileh, região considerada fundamental para o desenvolvimento da cultura afro-gaúcha. Outra faixa de destaque é Numa tarde de sol, dos compositores Guinter Vieira, Daniel Delavusca e Xannd Sy, conhecidos por suas canções gravadas por artistas de todo o Brasil. O disco ainda traz outras quatro músicas e parcerias com os compositores Nando Pedroso e Luciano Magalhães.
O trabalho marca a continuidade da trajetória autoral de Fileh, que lançou em 2020 o EP As canções do meu quintal, gravado em casa durante a pandemia. Agora, o artista amplia a proposta trazendo referências da música afro-gaúcha, sem deixar de lado o samba que sempre esteve presente em sua formação — desde os discos de carnaval carioca trazidos pela tia nos anos 1990, até as rodas de samba que marcaram sua vida adulta.
Rodrigo Fontoura tem afinidade com a música desde a infância. Lembra de, ainda menino, esperar sua tia chegar em casa com os LPs dos sambas-enredos do carnaval carioca. “Ganhei meu primeiro violão aos 12 anos, da minha vizinha. Estava quebrado e ela me entregou para liberar espaço na garagem dela. A partir daí a música sempre andou lado a lado com as atividades que exerci na vida, até se tornar minha principal atividade profissional”, conta. Hoje, além dos palcos, também se dedica ao ensino da música, vendo nela uma ferramenta de transformação pessoal e coletiva.
24 de abril de 2025
21h
Grezz (Almirante Barroso, 328)
Ingressos no Sympla.
