HASARD, do ERRO Grupo (SC), critica jogo vivido pela sociedade

Publicado em: 20/08/2012

A peça é encenada simultaneamente em quatro movimentadas vias, ocupando todo um quarteirão das cidades em que fará a turnê – Florianópolis (SC), Biguaçu (SC), São José (SC), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). O trabalho é a última etapa do projeto Manutenção do ERRO, contemplado pelo Petrobrás Cultural.

Com 11 anos dedicados ao teatro de rua, o ERRO Grupo (SC) prepara seu novo trabalho: HASARD. A peça trata do acaso, da perda, sorte e azar, e traz questionamentos de como nos posicionamos como “jogadores” na contemporaneidade. Assim como outros trabalhos realizados pelo grupo, HASARD busca um aprofundamento na relação de controle exercida pelo mercado.

Perguntas como “Somente o risco gera desempenho?” e “Qual o valor do papel-moeda inconversível?” são jogadas para o público em textos e nas cartas do baralho usado durante a peça.  HASARD traz uma abordagem crítica às engrenagens desse jogo diário vivido pela sociedade e regido pela ótica das informações e do conhecimento – e nunca pelo acaso ou sorte.

A peça é encenada simultaneamente em quatro movimentadas vias, ocupando todo um quarteirão das cidades em que fará a turnê. Assim, o espectador terá que fazer sua escolha de rua para acompanhar a história e, ao fazê-la, sempre estará se posicionando e perdendo algo da ação. Ao final, o público poderá concluir se teve sorte ou azar.

HASARD fecha um ciclo de apresentações e oficinas iniciado em 2010. O trabalho é a última etapa do projeto Manutenção do ERRO, contemplado pelo Petrobrás Cultural. Só em 2011, foram 33 apresentações na Grande Florianópolis com mostras do repertório do grupo. Entre as obras encenadas no ano passado estavam “Adelaide Fontana”, “Carga Viva” e “Enfim um Líder”, totalizando 25 mil espectadores.

SOBRE A PESQUISA

Ao pesquisar sobre a origem dos jogos, o grupo se deparou com o raciocínio de que todo jogo nasce da profanação de um rito ou mito religioso. Que o jogo ignora a separação entre humano e divino, ou faz dela um uso particular. Então, o jogo não só vem de uma esfera do sagrado, mas como representa a sua inversão e subversão.

Qual seria o jogo sagrado da sociedade contemporânea? Com esta indagação, o ERRO Grupo se apoiou nas conclusões do filósofo Walter Benjamin, quando afirma que o capitalismo é uma religião e não apenas um sistema político. Uma religião pagã, sem preocupações transcendentais, puramente cultural, onde o utilitarismo ganha sua coloração religiosa. Investir, comprar, apostar, manobrar a bolsa de valores, vender, etc., são práticas utilitárias do culto ao capitalismo. O ineditismo histórico desta religião é não buscar a reforma, mas a ruína do ser.

Em HASARD, o jogo é o mais importante. Roger Caillois, teórico do jogo, estabeleceu categorias claras que dão conta das modalidades do ato de jogar, essas categorias estão representadas em HASARD na forma de quatro situações simultâneas em quatro ruas diferentes de um quarteirão. A competição (agon), a encenação ou simulacro (mimicry), o azar (alea) e a vertigem (ilinx), podem combinar-se em face da complexidade do jogo.

As quatro situações de HASARD são desdobradas ao longo da peça contaminando umas as outras, utilizando a aleatoriedade como operação e projetando outros desdobramentos possíveis, novas combinações, dada a diversidade de formas e modos de jogo que o grupo irá propor ao público durante a intervenção.

SERVIÇO

 O QUE: Trabalho inéidto do ERRO Grupo, peça HASARD

ONDE:  Florianópolis (SC), Biguaçu (SC), São José (SC), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP)

QUANDO: estreia na Grande Florianópolis: 09 de agosto; em Porto Alegre: 27 de agosto e em São Paulo: 17 de setembro.

EM PORTO ALEGRE, AS APRESENTAÇÕES OCORREM ÀS 17 horas

Dias 27, 28 e 29 de agosto às 17 horas, nos arredores da Praça da Alfândega: na Praça da Alfândega (próximo aos engraxates), na R. das Andradas, R. General Câmara (esquina com Rua da Praia) e R. 7 de Setembro (Praça da Alfândega)

Dia 30 de agosto às 17 horas na quadra da Casa de Cultura Mario Quintana: Travessa dos Cataventos (Casa de Cultura Mario Quintana), na Avenida 07 de Setembro, R. General Bento Martins e Rua da Praia

 

Ficha Técnica

Criação: ERRO Grupo

Concepção: Luana Raiter e Pedro Bennaton

Direção: Pedro Bennaton

Dramaturgia: Luana Raiter e Pedro Bennaton

Elenco: Luana Raiter, Luiz Henrique Cudo, Michel Marques e Sarah Ferreira

Performers: Robison Soletti, Rodrigo Ramos, Dilmo Nunes e Crica Gadotti

Direção de Arte: ERRO Grupo

Sonoplastia: Isaac Varzim

Cenotécnica: Cristina GadottiTécnico de som e vídeo: Robison SolettiContra-regra: Ângelo GiottoDesign-gráfico: Faustin Rezende e Leandro PitzBaralho: Faustin Rezende, Leandro Pitz, Luana Raiter e Pedro Bennaton

Fotografia: Larissa Nowak e Rafael Schlichting

Filmagem: Rafael Schlichting, Ana Carolina Von Hertwig e Sarah Ferreira.

Edição de vídeo: Rafael Schlichting e Sarah Ferreira

Assessoria de imprensa: Juliana Bassetti

Web-designer: Henrique Palazzo – Estúdio Obra

Contabilidade: VS Serviços Contabeis

Realização e produção: ERRO Grupo

Produção local em POA: Diana Manenti

Assessoria de imprensa em POA: Dona Flor Comunicação

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