Casamentero é o nome da canção em homenagem a Pablo Neruda (1904-1973), gravada Santiago. A obra integra o álbum Café Frio, que terá 13 músicas escritas pelo chileno e musicadas pelo gaúcho e será lançado no dia 1º de novembro em Porto Alegre
“Poeta casamentero é uma canção que escrevi para Killy, que eu conheci no Brasil e começamos um trabalho musical juntos e vai culminar em um álbum. É uma canção dedicada a Pablo Neruda, porque em um de seus poemas de amor ele disse ‘Eu sou o bom poeta casamenteiro, que junta as pessoas para que se amem’. E eu pensei: ‘já que o Killy está no Chile, porque não vamos a casa de Pablo Neruda, em Santiago, La Chascona, para que cante aqui esta canção?’. E aqui estamos.” O clipe da música Casamentero inicia assim – com esta descrição feita pelo escritor Antonio Skármeta, considerado um dos principais escritores contemporâneos, autor do clássico O Carteiro e o Poeta (1985).
A música faz parte do disco Café Frio, fruto da parceria entre o chileno e o gaúcho de Santa Cruz do Sul. Skármeta e Killy vem trabalhando neste projeto há dois anos. São treze canções, todas com letras de Skármeta, musicadas por Killy, que assina também a produção – de forma totalmente independente – e os arranjos do trabalho. As gravações foram feitas de setembro de 2012 a junho de 2014 em Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Montevideo, Santiago e Inglaterra. O lançamento será no dia 1º de novembro, na Livraria Cultura em Porto Alegre.
O trabalho conta com participações dos cantores Victor Hugo e Bianca Obino (indicada ao Prêmio Açorianos de Música 2013 nas categorias Instrumentista MPB e Revelação), acordeonista Renato Muller, o saxofonista Pedrinho Figueiredo, o guitarrista Ricardo Vogt (da banda de Esperanza Spalding), entre outros. A arte da capa do CD foi criada especialmente para o projeto pelo artista plástico paulista Newton Mesquita. As canções vão do samba ao bolero, passando por milongas, chamamés, bossa nova e jazz fusion.
KILLY FREITAS
Killy Freitas tem 43 anos e nasceu em Santa Cruz do Sul. Compositor, violonista, guitarrista e cantor, envolvido em vários projetos musicais, com uma carreira de quase 30 anos dedicados à música. Trabalha na criação de trilhas sonoras para teatro, música instrumental, educação musical e outros projetos autorais.
Em 2010 e 2012 se apresentou na Espanha, em vários concertos na cidade de Zaragoza, junto a músicos espanhóis. No ano de 2011, Killy lançou o cd d’Alma, de música instrumental. O seu trabalho autoral tem sido muito bem recebido em todos os meios artísticos e pela crítica especializada brasileira e internacional.
Em 2012 foi indicado ao Prêmio Açorianos de Música 2011, nas categorias Instrumental – Compositor e Revelação. Também em 2012, participou do II Porto Alegre Instrumental, maior evento do gênero no Estado.
Em 2013 ganhou a Comenda Rotária em Santa Cruz do Sul, por seu trabalho na música e o Prêmio Sarau com Ritmo, da Academia de Artes e Letras do Rio Grande do Sul. Desde então tem feito apresentações instrumentais pelo Rio Grande do Sul e se dedicado à produção e gravação do CD “Café Frio”, em parceria com o escritor chileno Antonio Skármeta.
No Rio Grande do Sul já dividiu o palco com nomes como Veco Marques (da banda Nenhum de Nós), Maurício Marques (Quarteto Maogani), Angelo Primon ( instrumentista gaúcho ), Richard Powell (guitarrista instrumental), Paulinho Supekóvia (da banda do músico Nei Lisboa), George Israel ( da banda Kid Abelha) Daniel Namkhay (músico argentino que vive no Brasil), Renato Muller (acordeonista gaúcho vencedor do Kikito de melhor trilha sonora no Festival de Cinema de Gramado em 2010), Vinícius Corrêa (do duo de violões Batuque de Cordas), Felipe Azevedo (violonista gaúcho), Juan Ramón “Cuti” Vericad (músico espanhol), Orquestra Profana (orquestra de guitarras que existiu em Porto Alegre nos anos 80 e 90), dentre outros.
ANTONIO SKÁRMETA
Considerado um dos principais escritores contemporâneos, Skármeta nasceu em 1940, em Antofagasta, no Chile, filho de imigrantes iugoslavos. Graduado em filosofia e literatura, é romancista, dramaturgo, diretor e roteirista cinematográfico e de TV. Seus romances e contos têm sido traduzidos para mais de 25 idiomas, muitos deles reeditados permanentemente.
Exilou-se em Berlim entre 1975 e 1988. Foi embaixador na Alemanha entre 2000 e 2003. Seu primeiro livro, “El Entusiasmo”, foi publicado em 1967. Sua obra mais famosa é “O Carteiro e o Poeta” (1985), adaptado duas vezes para o cinema. O filme chileno “No”, indicado ao Oscar em 2013, também é inspirado em obra de sua autoria. No primeiro semestre de 2013, Skármeta firmou parceria com o diretor e ator brasileiro Selton Mello, que já começa a prospectar cenários, no Rio Grande do Sul, para adaptar ao cinema um dos romances mais recentes do escritor chileno, “Um pai de cinema”.