Com tradução de Flávio Ilha, O Mergulhador vem sendo bem recebido pela crítica uruguaia e terá lançamento no Brasil no dia 2/7, com bate-papo virtual com o autor
“Foi ainda sob o título El Zambullidor que a obra de Luis Do Santos me causou o efeito de estar diante de um clássico, capaz de reverberar para sempre no horizonte de expectativa do leitor. Olhava incauta a seção de literatura uruguaia daquela livraria no edifício Pablo Ferrando, em Montevidéu, quando confiei no destaque dado à obra e a trouxe na bagagem para o Brasil.” Assim começa a trajetória do livro, que chegou às mãos de Flávio Ilha, da Diadorim Editora, por meio da jornalista Paula Sperb.
“A Paula Sperb me apresentou o livro e eu fiquei bem motivado com a primeira leitura em espanhol. Decidimos publicar no Brasil até porque nosso plano inicial sempre foi atuar nesse nicho de autores platinos”, conta Ilha.
Lançado em 2017 no Uruguai, pela Fin de Siglo (Montevidéu), El Zambullidor está em sua terceira edição, o que comprova seu sucesso editorial. Em janeiro de 2020 ganhou uma tradução para o francês. Bem recebida pela crítica, a obra faz parte de um movimento de autores interioranos do Uruguai que começou a se mobilizar para ocupar espaços dominados pelos montevideanos. Do Santos nasceu em Calpica, departamento de Artigas, e hoje vive em Salto, cidade que faz fronteira com a Argentina, às margens do rio Uruguai.
Com a temática do rio a ser atravessado, a obra está ligada àqueles que enfrentam as águas por obrigação ou sobrevivência.
“O Mergulhador é uma novela que levei cerca de quatro anos para escrever. Surgiu da mistura de uma crença que existe em minha cidade sobre a capacidade de alguns sacerdotes para encontrar afogados com a ajuda do pão abençoado e o próprio trabalho que meu pai desenvolveu quando eu era pequeno, que consistia em mergulhar profundamente no Rio Uruguai para colocar bombas que levam água às plantações de cana de açúcar. O livro me custou muito para escrever porque, embora seja ficção, envolveu muitos sentimentos. A intenção era mostrar a falta de comunicação e afeto que muitas crianças vivem, principalmente no que diz respeito aos seus pais. Esse menino travesso e ousado apenas tenta contar, através dos seus atos, a solidão em que está se tornando homem. O livro trata, então, desse vazio que a ausência geralmente nos deixa, do valor curativo da amizade, de quão ruim é quando os sentimentos não são ditos, da bondade que tem em perdoar e aceitar ser perdoado”, relata Do Santos.
A tradução para Português foi feita em conjunto com o autor, em um trabalho bastante colaborativo, revela Ilha. “A tradução foi difícil, na medida em que O Mergulhador tem uma linguagem bem própria da região fronteiriça entre Brasil e Uruguai – especialmente de comunidades ribeirinhas. O autor auxiliou constantemente na solução de determinados impasses.”
Antes desse trabalho, Ilha traduziu contos do chileno Roberto Bolaño, publicados na extinta revista Aplauso, e também da argentina Liliana Heker e do argentino Roberto Arlt – ambos publicados na antologia Quatro contos de boxe (2018), da Diadorim.
Em função da pandemia, o lançamento de O Mergulhador ocorrerá de forma digital. No dia 2/7 (quinta-feira), às 19h, haverá um bate-papo (live) entre Luis do Santos e Flávio Ilha transmitido ao vivo pelas redes sociais da Diadorim:
https://www.facebook.com/diadorimeditora/
http://instagram/com/diadorimeditora
A partir de então, o livro poderá ser adquirido por R$ 38 pelo site http://www.diadorimeditora.com.br/. Em Porto Alegre também estará nas principais livrarias de rua.
Luis Do Santos nasceu em Calpica, departamento de Artigas (Uruguai) em 1967. É autor dos contos e poesias de Tras la niebla e da novela La Última Frontera. El Zambullidor, publicado em 2017 no Uruguai pela editorial Fin de Siglo, recebeu menção honrosa no concurso literário Juan Carlos Onetti em 2014. Santos vive em Salto, às margens do rio Uruguai.
A Diadorim foi criada em 2016 pelos jornalistas Flávio Ilha e Denise Nunes. Estreou no mercado com o livro de crônicas Todos querem ser Mujica, de Moisés Mendes – que foi um sucesso de vendas. Em menos de quatro anos, publicou mais de 20 livros de jornalismo, ficção e poesia. O Mergulhador é a primeira tradução da editora.
A Dona Flor Comunicação atua com assessoria de imprensa no segmento literário. Além da Diadorim, já divulgamos lançamentos da editora Belas Letras, de Caxias do Sul. Veja também outros posts publicados que tratam de literatura.