Evento que promove a integração e intercâmbio cultural do país vizinho com os gaúchos ocorre entre os dias 2 e 5 de outubro. Programação inclui oficinas de percussão de candombe, dança afro-uruguaia e luthieria de tambores uruguaios em três diferentes locais da Capital
Crédito Ane Franke
Entre os dias 2 de 5 de outubro, Porto Alegre vai pulsar no ritmo do candombe uruguaio. Serão três dias de integração da cultura gaúcha com a do país vizinho, por meio de oficinas, palestras e outras atividades promovidas pela 2ª edição da Llamada Porto Alegre. Idealizada pelo músico Lucas Kinoshita, criador da produtora Tamborearte, realizadora do evento, a Llamada foi contemplada pelo Fundo de Apoio a Cultura (FAC) – Pró-Cultura RS, da Secretaria de Estado da Cultura, e conta com apoio da FM Cultura, TVE, Canal Você, Coletivo Catarse, Instituto Estadual da Música (IEM), Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ) e Discoteca Natho Henn.
Três oficinas integram a programação, ministradas por artistas reconhecidos no Uruguai, entre os dias 2 e 4/10: Dança Afro-uruguaia, como Mazumbambera Ramírez; Percussão Aplicada a Ritmos de Candombe, com Diego Paredes; e Construção de Tambores de Candombe, com Alejandro Villano. As atividades têm valores diferenciados (mais informações em: tamborearte.com/inscricoes) e ocorrem em diferentes locais de Porto Alegre, como Afro-Sul Odomodê (bairro Jardim Botânico), Casa de Cultura Mário Quinta (Centro) e Quilombo do Sopapo (bairro Cristal). A ideia, segundo Kinoshita, é facilitar o acesso da comunidade às atividades ofertadas e integrar os frequentadores de cada ponto de cultura entre si e entre o público em geral. “Enquanto descentralizamos ações, queremos integrar duas culturas tão parecidas de dois países tão próximos” – explica.
Angela Ramirez é uma das oficineiras da 2ª Llamada Porto Alegre. Crédito: Emilia Cabrera
O evento se encerra no sábado (5/10), com atividades gratuitas, como a palestra “Candombe – Herencia africana en Uruguay”, com Oscar Montaño, no Auditório Luis Cosme (CCMQ), e um grande Encontro de Tambores, no Afro-Sul Odomodê, onde os oficineiros e alunos, músicos e percussionistas se reúnem para tocar juntos, em uma grande celebração à cultura do Candombe.
Sobre a Llamada:
Llamada é uma palavra da língua espanhola que se refere à manifestação popular conhecida como candombe, que acontece principalmente em Montevidéu, no Uruguai. O projeto leva esse nome, pois pretende-se aproximar a comunidade porto-alegrense desse “ato carnavalesco”, “chamando” a atenção para essa cultura tão rica e tão próxima dos gaúchos.
O Candombe é uma manifestação que integra música percussiva e dança com suas raízes nas tradições dos diversos povos africanos que foram levados como escravos ao Uruguai. Os tambores são tocados nas ruas, principalmente no carnaval, domingo e feriados. Em grande número, os tambores consituem uma comparsa, e em menor número são chamados de cuerda, que deve ter no mínimo 3 tambores: o chico (mais agudo), o repique (médio) e o piano (o mais grave), cada um com uma técnica específica de ser tocado.
Crédito Ane Franke
OFICINEIROS e PALESTRANTE
Diego Paredes: Um dos mais conhecidos percusionistas de candombe da nova geração, faz parte do grupo Rey Tambor dirigido por Hugo Fattoruso, o grupo La Calenda Beat, a banda Suena Candombe e é chefe de comparsa de uma das mais tradicionas comparsas do barrio Palermo de Montevidéo: Sinfonia de Ansina.
Mazumbambera: Foi na comparsa La Roma que desenvolveu suas habilidades candomberas. Participou de Llamadas com o grupo Afrogama. Com a comparsa Sinfonía de Ansina investigou as raízes religiosas da dança de cada orixá.
Alejandro Villano: Luthier de tambor de candombe muito conhecido na capital uruguaia. Fabrica instrumentos há 13 anos e, atualmente, é responsável pela maioria dos tambores da Cuerda LaUruleira (POA) e da comparsa Urumbe (Austrália).
Oscar Montaño: Historiador, ativista e difusor da cultura afro-uruguaia. Integrou diversas associações ligadas ao coletivo afrouruguaio. Co-apresentador do programa de rádio Raíces Negras, participa de diversos seminários, oficinas e eventos nacionais e internacionais ligados a cultura afro. Escreveu e editou diversos livros e trabalhos. Frequentemente é escolhido como jurado de Las Llamadas de Candombe em Montevidéu e interior do país. Em 2012, junto as jovens uruguaias Angie Mazumbambeira Ramírez, Paula Juvencio e Verónica Casas formaram a Equipo Activista de Investigación Afrouruguayo.
PROGRAMAÇÃO
Oficina de Dança
Quando: De 2 a 4 de outubro, das 10h30 ao 12h30
Local: Sala Cecy Frank (CCMQ)
Oficineira: Mazumbambera Ramírez
Inscrições: www.tamborearte.com/inscricoes
Valores: R$30,00 por dia (desconto de 50% para estudantes e idosos)
Oficina de Luthieria
Quando: De 2 a 4 de outubro, das 14h às 16h
Local: Quilombo do Sopapo
Oficineiro: Alejandro Villano
Inscrições: www.tamborearte.com/inscricoes
Valores: R$30,00 por dia (desconto de 50% para estudantes e idosos)
Oficina de Percussão
Quando: De 2 a 4 de outubro, das 19h às 21h
Local: Afro-Sul Odomodê
Oficineiro: Diego Paredes
Inscrições: www.tamborearte.com/inscricoes
Valores: R$30,00 por dia (desconto de 50% para estudantes e idosos)
Encontro de Tambores
Quando: 5 de outubro, das 19h às 21h
Local: Afro-Sul Odomodê
Gratuito
Palestra “Candombe – Herencia africana en Uruguay”
Quando: 5 de outubro, das 16h às 18h
Local: Auditório Luis Cosme (CCMQ)
Palestrante: Oscar Montaño
Gratuito
ENDEREÇOS e CONTATOS:
Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo
Avenida Capivari, 602 (bairro Cristal)
(51) 3242 6788 / 3242 6788
Ponto de Cultura Afro-Sul Odomodê
Avenida Ipiranga, 3850 (bairro Jardim Botânico)
(51) 2103 2915
Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ)
Rua dos Andradas, 736 (Centro)
(51) 3211 5608
